Uma vida, um sonho.

Durante boa parte da minha vida (senão, toda a minha vida) lutei por um sonho. No começo foi só brincadeira, uma coisa meio hereditária. Só pra não fugir do comum. E tudo começou com grandes boladas e judiosas maltratações da minha querida prima Suellen. Só porque eu era pequena e enchia o saco pra jogar. Dava dó de mim.

6 anos de idade, 1ª série E, escola Benedicto Weshenfelder, professora Neusa.

E a coisa começava a ficar séria.

Grandes amizades eu fiz. Grandes amizades eu deixei pra trás. Mas TUDO vai ficar guardado em mim.


Assim como grandes pessoas que me acompanharam e sempre estiveram do meu lado.


Grandes momentos eu também vivi. Momentos de alegria, de tristeza e até de sofrimento.


Mas de repente o sonho acabou. E tudo o que um dia eu sonhei e planejei pra mim, foi por água abaixo. Eu não me arrependo. Mas confesso que me dói a alma ter que lembrar que não deu certo. Não me arrependo de ter 'largado'. Penso que as coisas só não foram favoráveis à mim em relação ao grande sonho. E até hoje, o arrepio vem ao ver os jogos. Passa um filme na cabeça. Desde estar em casa arrumando meu cabelo, com todos aqueles frufrus coloridos, cabelo esticado, esparadrapo nos dedos, dotorzinho e banana na bolsa para prevenir cãimbras. Saudade do meu joelho arrebentado e da teimosia de jogar machucada. Saudade até dos berros que o professor Antonio Carlos me dava. Saudades de todas as dicas do Edu. Saudades daquelas torcidas, daquelas pessoas. Saudade até de costurar e remendar joelheiras com agulha e band-aid. Saudade das meias enormes e tornozeleiras. Saudades das brigas com os times adversários. Daquelas discussões provocantes e berros alheios. Era na quadra que eu sentia prazer, alegria, satisfação e bem estar. Era lá que eu descontava toda a minha raiva, toda minha alegria, toda minha fúria. Era meu refúgio. O que eu sabia fazer de melhor. O que talvez ainda exista de melhor em mim. O que realmente importava. Aquele vício. Esse vício eterno. O único pra sempre que vai existir em mim. Aquelas saudades, AQUELE SONHO!
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