Sempre fui mãe, mas nunca tive um filho. Sempre fui mãe de todo mundo, menos de mim mesma. Juntou a personalidade com o coração mole e pronto, quando vi tinha adotado vários problemas que não eram meus.
O sentimento sempre foi de que todo mundo precisava de mim pra fazer alguma coisa ou que todo mundo sempre pensava em mim antes e para fazer qualquer coisa. Isso era meu. Era o que eu sentia e era a certeza que eu tinha sobre meu cuidado com os outros. Mas era aí onde começaram as frustrações, as chateações, as desilusões. Sempre acontecia quando eu não era envolvida, chamada pra algum evento, alguma conversa ou brincadeira. Me cortava o coração.
Graças à terapia e a relação com meu pai (vou falar disso em outro post) comecei enxergar as verdades assim, feito um tapa na cara. Enquanto eu cuidava de todo mundo, o que eu estava fazendo comigo mesma? O que estava fazendo com quem nunca me desamparou?
Eu me desdobrava para proporcionar o bem estar aos outros. Às vezes fazia as coisas sem ao menos querer... mas fazia simplesmente para que o outro se sentisse bem. E esquecia de mim. Comecei a me fazer várias perguntas quando as situações apareciam. Fariam o mesmo por mim? Quantas vezes foi recíproco? Ela consegue fazer sozinha o que está me pedindo? E daí é que surgiram as respostas... As pessoas não precisam de mim. As pessoas se viram sozinhas. As pessoas correm atrás do que querem, com você ou sem você. Elas vão dar um jeito. Elas apenas estavam cômodas com o cuidado e atenção que eu dava.
E que sensação maravilhosa quando você se dá conta que enfim, está cuidado de você. E isso não tem nada a ver em deixar de gostar, cuidar, torcer e amar os outros. Mas é questão de prioridades e de dizer não. É se colocar em primeiro lugar!
Você merece todo amor que tenta dar aos outros!
