Sociedade Esportiva, Minha Vida é Palmeiras!

olha Palmeiras, eu não sei direito quando começou. eu só me lembro de uma foto com meus irmãos com uma camisa do Palmeiras e o 4x3 pro Palmeiras contra o Cruzeiro no Palestra Itália. me lembro também de 99, vagamente. lembro de mim e do meu pai na sala. lembro que eu tremia feito uma louca na decisão da Libertadores, com 5 ou 6 anos. lembro do meu pai me falando que nunca mais deixaria eu assistir pênaltis na vida. mas acho que ele se enganou.

eu achava futebol um lixo. sempre dizia "qual a graça de um bando de macho correndo atrás de uma bola?!". mas aí com 13 ou 14 anos eu queria ser jornalista. assistia todos os noticiários esportivos do mundo e lia todos os jornais. tinha até uma pasta só de jogador bonito. hahaha mas isso não vem ao caso. eu tinha um computador em casa sem internet. só sabia mexer no word. criava um documento pra cada time e escrevia tudo o que eu ouvia nos noticiários pra cada um. era óbvio que o time da marginal sem número ficava sempre por último e incompleto. rs

meu irmão sempre foi fanático pelo Palmeiras. às vezes eu ia em estádio com ele, ver o Verdão jogar. ficava meio acanhada, pois naquela época, só havia homem no estádio. morria de medo! mas chegava no Palestra e soltava a voz, mesmo sem saber cantar música nenhuma. depois de um tempo, meu irmão não foi mais. e eu, consequentemente, também não. também não tinha tempo de escrever mais. e não acompanhei mais o meu Palmeiras de perto. tanto que mal lembro do rebaixamento de 2002, do time que foi campeão paulista de 2008 e nem da draga de ano que foi 2009.

eis que a tecnologia fez com que eu entrasse na rede social twitter! hahaha eu nem sabia mexer e nunca entrava. mas aí comecei à seguir alguns perfis palmeirenses. e foi então que eu conheci uma galera. e comecei a me envolver com algo que seria nitidamente, a minha paixão. minha volta ao estádio foi no dia 18 de agosto de 2011, no Canindé. numa quinta-feira fria, com a camisa de São Marcos, contra o Bahia. empatamos. me sentia feliz feito criança. parecia minha primeira vez no estádio. uma euforia que só. dali em diante, eu sabia que não ia conseguir mais parar. e foi daí pra frente que eu não abandonei mais o meu amor. comecei a ir aos jogos no estádio, frequentar as alamedas do meu Palestra Itália. comecei a respirar Palmeiras de verdade. existem muitas pessoas e histórias que o Palmeiras me proporcionou. vou sempre levar tudo que meu time do coração me ensinou, pra sempre.



o ano de 2011 foi um ano comum para o Palmeiras. nenhuma novidade. mas eu não me importava. em 2012 continuava frequentando as alamedas e indo aos jogos. eu fiquei muito confiante no campeonato paulista. achei que poderíamos ser campeões. mas perdemos numa das retas finais. continuemos com o campeonato brasileiro e a copa do brasil. a cada fase da copa do brasil, meu coração se enchia de esperança. mas até então, já estava ciente de toda política da SEP. jamais imaginaria um título em meio à tanta turbulência com as Diretas e etc. e não é que o Palmeiras me surpreendeu?! foram sacrifícios... às vezes contava moedinha pra comprar ingresso. quando não podia ir em jogo por causa de horário e local, chorava feito louca. quantas vezes saí do trabalho mais cedo, só pra poder ver de perto o meu amor. quantas brigas em casa, pra ver de perto o meu amor! e todo sacrifício foi válido. me lembro nas quartas de final da Copa do Brasil contra o Atlético PR, na Arena Barueri. em um metro quadrado, estavam 4 pessoas. eu nem conseguia me mexer. mas nada era maior do que a alegria de estar ali e passar de fase. então veio o grêmio. que chuva aquele dia! que orgulho poder estar ali. cantando e pulando sem parar, com chuva e tudo. esse foi um jogo que marcou demais. não bastasse aquela adrenalina, de repente veio a final. 

ESTÁVAMOS NA FINAL DA COPA DO BRASIL e enfrentaríamos o Coritiba. vocês tem noção que aquilo poderia ser minha primeira final no estádio?! E FOI! quebrei minhas pernas pra comprar ingresso... quase vendo meu rim pra conseguir. ainda bem que não precisei. rs não vinha dormindo direito desde o segundo jogo contra o grêmio. parecia que eu nunca estive tão feliz em toda minha vida. dormi 4 horas naquela madrugada. nem com sono eu acordei. eu estava eufórica, feliz, nas nuvens. semanas depois caiu a ficha, bem em frente à Arena Barueri, na final contra o Coritiba. só ali eu vi o que tava acontecendo. aquela torcida, aqueles sinalizadores. aquela torcida cantando sem parar. aquela angústia e ansiedade. entrei no estádio, aqueles fogos, aquela festa toda, só pro meu Palmeiras. emocionante. eu jamais vou conseguir descrever o que foi estar ali. como eu jamais conseguirei descrever o que é estar presente, apoiando o meu amor, independente de como seja. era a minha primeira de muitas finais apoiando o meu Verdão. ganhamos. parecia um sonho. fiquei com o sorriso de orelha à orelha. 

no dia do segundo jogo da final, eu não conseguia me concentrar em nada. nunca enrolei tanto no trabalho. andava pra lá e pra cá, tomava café, descia do prédio, voltava, mandava um e-mail, parava, andava de novo. e o tempo não passava. saí do trabalho e fui pra Turiassú! meu Deus, que festa! e que filha da putagem da polícia militar. as coisas não começaram bem por lá. e nem iam terminar bem. saí e de lá fui pra casa de um amigo. 1 minuto de jogo e eu só pensava: "faltam 89 minutos pra acabar!". não sabia se comia a unha, gritava, chorava ou simplesmente não assistia. de repente, gol do coritiba. nada era maior que a minha confiança. estávamos na frente. eis que aquele corno do Betinho me marca de cabeça. meu Deus, me arrepio só de descrever. não tive reação se não o sorriso até a orelha! e o que estava preso na minha garganta à tempos saiu que eu nem vi. CHUPA CORITIBA DO CARALHO, ENFIA O 6 À 0 NO CÚ! hahahaha me desculpem o palavreado! mas se eu não contar como realmente foi, vai perder toda a graça. aquele 6 à 0 do choritiba estava entalado há tempos. junto com minha vontade de gritar É CAMPEÃO. Resultado de tudo: cheguei em casa às 10h da manhã e fui trabalhar às 13h. e sinceramente!? eu não tava nem aí!

                                 

Aquilo tudo era um sonho. Eu, que não acompanhava o Palmeiras assim há um tempão, estava nas nuvens. a minha vontade era de sair gritando CHUUUUUPA, EU SOU PALMEIRAS pra todo mundo que eu via na rua. mas não podia. ainda não cheguei nesse nível da doença! hahaha pra mim tudo era motivo de alegria. além do meu amor ter sido campeão, me sentia como parte daquilo. porque fiz a minha parte. até meu humor tinha melhorado, porque não estava fácil. rs




mesmo com aquela sensação de dever cumprido, o campeonato brasileiro me preocupava. não tanto, confesso. não tanto porque sei da grandeza do Palmeiras. e eu sempre acreditei que iríamos nos salvar. e eu até cometi algumas loucuras, tipo ir no jogo contra a gambazada! hahaha foi tranquilo. e foi do céu ao inferno. nem parecia que tínhamos sido campeões. nossa campanha no campeonato brasileiro deste ano estava sendo um fracasso, nunca visto em anos atrás. mas eu continuava à acreditar, nunca me entregava. perdi as contas de quantas vezes me peguei fazendo conta na tabela, simulando resultado. me pegava indo dormir pensando em escalação, esquema tático e como eu poderia ajudar o Palmeiras à se livrar daquela situção. meu Deus, que desespero! cada jogo mais sofrível que o outro. eu nunca vi tanta coisa dar errado num time só. e eu sempre xingava muito. vivia dizendo que ia largar o Palmeiras, parar de ser trouxa e deixar de sofrer. mas passava o dia e eu lá estava, ansiosa pra próximo jogo. quando ganhamos do Bahia e do Cruzeiro, lá se vai meu coração se enchendo de esperança novamente. mas daí pra frente, a desgraça continuou.




sabe, eu como torcedora, nunca vou parar de acreditar no Palmeiras. mas infelizmente, tenho consciência da situação do time hoje. saudades de ser apenas "torcedora de sofá", apenas tirando a parte de ir pra estádio. na verdade, quando comecei a frequentar os jogos e conhecer o pessoal, comecei a saber sobre a política do clube. e quando eu penso que a política da SEP é podre, ela vai lá e me mostra que é imunda. um presidente banana, um vice mais banana ainda e um monstro criado no twitter, o diretor jurídico, um fanfarrão. fora o mustafá e aquele bando de velho inútil dominando o clube. mas acredito nas Diretas e também estive presente nos protestos, mesmo não sendo sócia do clube. e além de tudo isso, ainda somos obrigados à aguentar os famosos torcedores de verdade. porque pra muitos, torcedor de verdade é aquele que vai pra estádio. é aquele que viaja pra ver o time jogar. é aquele que é sócio do Palmeiras. e por incrível que pareça, uns acham que ser torcedor de verdade, é apavorar jogador e botar fogo em loja oficial. é, o Palmeiras me ensinou muita coisa. me ensinou principalmente, à ser paciente.




caímos para a série b do campeonato brasileiro de 2012. 10 anos depois do primeiro rebaixamento. derramei todas minhas lágrimas e me conformei no jogo contra o fluminense. e desabei. sabia que não tinha mais saída. que tudo conspirada contra, mas o que principalmente me deixou mais triste, é que tínhamos perdido para nós mesmos. no jogo contra o Flamengo, onde fomos oficialmente rebaixados, não consegui derrubar sequer uma lágrima. uma sensação de impotência sem fim. e mesmo com o Palmeiras rebaixado, lá estava eu comprando ingresso para o penúltimo jogo, contra o também rebaixo Atlético Goianiense. saí de casa com o manto, triste e séria. era dia de Palmeiras, mas era um dia sem cor alguma. mas aguentei, firme e forte, até chegar na estação próximo ao Pacaembú. foi emocionante. eu nunca vi uma torcida tão apaixonada. chovia e também chovia muito palmeirense. na catraca do metrô, só me restaram lágrimas em meio à multidão. na chegada ao estádio, aquele clima de enterro. estádio vazio, que tristeza. entrei cedo e mais lágrimas rolaram. aquele dia estava toda chorosa. subi as arquibancadas. arquibancadas que já me proporcionaram tantas alegrias e histórias. que tristeza. eis que me deparo com uma cena inesquecível. três garotinhos na arquibancada, com idade de 5 à 6 anos, pulando e cantando, felizes da vida. mais lágrimas. ah Palmeiras, você ainda me mata! eu não tive muita reação durante o jogo. só tive vontade de comer todos os meus dedos, entrar em campo, socar metade dos jogadores, mas nada demais. fizemos um gol e eu não sabia se chorava pelo gol ou se chorava pela sensação de gols não terem sido marcados nas partidas anteriores. é triste se despedir de um gigante em um ano que parecia não ter fim.


eu só sei Palmeiras, que independente do que acontecer e independente de quantas pessoas me acharem louca e me julgar por tanto amor, eu estarei presente. porque o meu amor, não tem divisão. é um sentimento meu, e de mais um bocado de gente que te ama. não importa o quanto você nos faça sofrer. não importa quantas vezes eu diga da boca pra fora que vou largar você. estarei sempre à sua espera. e acredite, já estou fazendo planos pra você no ano que vem. continuarei fazendo o que tiver ao meu alcance. te defender, mesmo quando estivermos errados. ir aos jogos pela camisa e pela grandeza, pela dignidade e glórias que te mantém em pé. e eu espero que as coisas melhorem para nós, Verdão querido. que nos livremos desse bando de ratazanas com interesses pessoais, que nos livremos dessa gente oportunista que quer se aproveitar da tua história. que nos livremos de jogadores vagabundos e medíocres. que nos livremos desta situação de merda que nos colocaram. que tudo dê certo em nossa nova casa, nossa nova Arena Palestra Itália, a mais linda de todas. e como diria São Marcos, O PALMEIRAS NÃO SE REBAIXA! o gigante está ferido, mas eu tenho certeza de que irá voltar mais forte como nunca. o verdadeiro torcedor, também cai pra levantar. 




TE AMO TANTO MEU PALMEIRAS, MINHA FÉ RELIGIÃO!